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Estado de Minas COLUNA

Turismo: Como consumimos nossos destinos hist�ricos

Viajar tamb�m � aprender, mas ainda precisamos aprender a viajar; por isso, planejar o que vamos fazer nos locais que visitamos � sempre importante


28/07/2020 06:00 - atualizado 28/07/2020 07:16

Casa de Gonzaga, em Ouro Preto(foto: Greiza Tavares)
Casa de Gonzaga, em Ouro Preto (foto: Greiza Tavares)

Uma coisa que sempre gostei de fazer em Ouro Preto � chegar na Casa de Gonzaga e ficar ali na sacada, de frente para a Igreja de S�o Francisco e a feirinha de pedra sab�o. Ficar olhando a vida passar, coisa de mineiro mesmo, mas que cada vez temos menos tempo para fazer.

Nessas ocasi�es, sempre me chamam a aten��o as excurs�es escolares. Crian�as e adolescentes, normalmente guiados por um professor, andam de um lado para o outro, entram e saem rapidamente dos atrativos. 

Tamb�m j� fui aluna e j� fiz essas excurs�es. Infelizmente, elas s�o mais um passeio do que estudo. Ali�s, elas deveriam sim ser passeio, mas passeio com conte�do. Viajar tamb�m � aprender, mas creio que ainda precisamos aprender a viajar. Aprender que aprender coisas novas � legal, aprender que locais que contam hist�ria est�o contando as nossas pr�prias hist�rias. E mesmo que n�o sejam as nossas hist�rias, o que nos forma como pessoas s�o as nossas viv�ncias e como elas s�o absorvidas por n�s.

N�o gosto muito de importar experi�ncias, mas � dif�cil n�o comparar com alunos visitando museus na Europa, por exemplo. Lembro da primeira vez que vi um grupo enorme de alunos adolescentes chegando em uma excurs�o fora do Brasil. Foi no Muse� d’Orsay em Paris. Fiquei com medo. Pensei, 'minha visita est� acabada. Vai ser muito barulho, todos falando ao mesmo tempo e n�o vou conseguir chegar perto de nenhuma obra'. Em menos de cinco minutos eu j� estava envergonhada da minha conclus�o precoce. Estavam todos ali, concentrados na professora que pelo jeito dominava bastante impressionismo. 

Os alunos estavam atentos, muitos anotando. E quando a professora abria para perguntas, elas vinham aos montes. Fiquei ali um tempo, observando, como se aquela cena fosse parte do atrativo. Como se eu estivesse na janela da Casa de Gonzaga, em Ouro Preto. N�o h� como n�o comparar com a forma como consumimos nossos atrativos hist�ricos. Muitas vezes entramos e sa�mos, sem entender qual hist�ria estava sendo contada ali.

Talvez seja necess�rio nos envolvermos mais com os destinos antes de visitarmos. Muitas vezes nos preocupamos mais em planejar o meio de transporte e hospedagem, do que efetivamente com o que vamos fazer em determinado local. Esse comportamento se relaciona diretamente com o texto que falei sobre a import�ncia do investimento em cultura e turismo, sobre como a educa��o l� na base vai refletir no comportamento futuro, e no relacionamento com atrativos hist�ricos ou naturais. 

Por ora, creio que os melhores investimentos seriam em atrativos culturais cada vez mais interativos e com consumo criativo. E da nossa parte, como usu�rios, podemos ir mudando a forma como nos relacionamos com os lugares que pretendemos visitar. E temos a ferramenta perfeita para isso: a internet. Al�m dos blogs de viagem, que s�o muito legais, que tal come�ar a visitar a hist�ria do destino antes de ir?! Existem tamb�m diversos blogs de hist�ria, p�ginas de fotos antigas, entre tantos outros conte�dos. 

Outro h�bito interessante, � come�ar a visitar os atrativos da sua cidade. O que precisa mudar essencialmente � a forma como olhamos para os nossos atrativos hist�rico-culturais, e a forma como percebemos o que est� sendo contado ali. Se entendermos que turismo hist�rico-cultural n�o � apenas uma visita, mas sim uma experi�ncia, adultos, crian�as e adolescentes ir�o desfrutar cada vez mais e melhor da nossa hist�ria.

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